A glutamina é um aminoácido que conseguimos produzir e um dos mais abundantes de nosso corpo. Como produzimos, não é considerado um aminoácido essencial, mesmo assim na alimentação onívora, consumimos uma boa quantidade desse nutriente. Como exerce diversas funções em nosso organismo, uma dúvida muito comum é se devemos suplementar a glutamina?
O que é e o que faz a glutamina?
A glutamina é um aminoácido que serve de combustível para diversos tecidos de nosso corpo, como as células de nosso intestino, do sistema imune e nas funções de cicatrização. Ela é produzida em grande escala por nosso tecido muscular. O músculo também é responsável por armazenar e disponibilizar a glutamina na corrente sanguínea, para ser utilizada por outros tecidos.
Por causa da sua função, muita gente acredita que suplementar glutamina melhora a imunidade. Também acredita-se que doenças intestinais podem ser tratadas com esse suplemento. Mas será que essa é a indicação?
Quando suplementar glutamina?
Quando houver desequilíbrio entre a produção e a utilização de glutamina, pode ser necessário suplementar. Ou seja, em casos em que o músculo não estiver conseguindo manter as concentrações sanguíneas desse aminoácido.
Mas é importante ressaltar que essa queda da concentração sanguínea de glutamina, acontece em raríssimos casos. Em situações normais de saúde, a produção muscular de glutamina excede muito a sua utilização!
Em casos de ferimentos extremamente extensos, ou quando a ingestão de proteína é extremamente baixa por um longo período, a utilização da glutamina pode exceder a produção. Esses casos ocorrem em situações muito específicas de internação em hospitalar, e nesses casos a suplementação de glutamina costuma ser indicada.
Suplementar glutamina no exercício?
Mas a dúvida é – E o exercício? Ele aumenta a utilização de glutamina a ponto de causar queda das concentrações de glutamina sanguínea?
Sim para a primeira pergunta, o exercício aumenta a utilização de glutamina. E sim para a segunda, em algumas situações de intensidade e duração, o exercício pode provocar queda nas concentrações sanguíneas de glutamina.
Porém, até hoje, nenhum estudo conseguiu mostrar uma queda a um nível que seria suficiente para causar algum tipo de sintomas. Ou seja, a queda nas concentrações de glutamina, são temporárias e não suficientes para causar nenhum mal. Nem mesmo após uma maratona observou-se queda da concentração de glutamina à níveis críticos.
Portanto, com praticantes de exercício físico menos extenuantes, como em academias e corridas de rua, a queda é ainda menor. Dessa forma, o exercício físico não é considerado um fator indicador para a suplementação de glutamina.
Conclusão
Podemos concluir que as situações onde são indicadas a suplementação de glutamina, são situações extremamente raras de internação hospitalar. No praticante de atividade física e até mesmo em atletas, a glutamina que produzimos e que ingerimos é suficiente para manter nossas concentrações de glutamina sanguínea em níveis normais.